segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Little Miss Sunshine


Quem estiver em Porto Alegre e quiser aproveitar as férias para desopilar, não deixe de ver o filme Pequena Miss Sunshine, que concorre a Oscar de Melhor Filme e está em cartaz na Casa de Cultura Mário Quintana.

O filme é de uma poesia extraordinária em relação às coisas simples da vida. Queria ressaltar aqui algumas questões tão bem exploradas na história:

I) o trabalho conjunto que é ser uma família ou um grupo. Isso significa lidar com as diferenças e encontrar formas de diálogo, o que não necessariamente significa falar com o outro, mas às vezes apenas estar junto;

II) o livrar-se constante de categorias fixas que nos rotulam. No caso norte-americano, das grandes categorias binárias que os governam: os loosers e winners... Se a vida for vista como um grande concurso de beleza, seremos sempre reduzidos aos que ganham e os que perdem. Talvez seja mais do que isso e...

III) talvez a vida seja uma Kombi amarela, arrebentada, com problemas de embreagem e com uma buzina por vezes descontrolada, e não um carrão de luxo. Em tempos de individualismo total, em que todos querem andar no seu próprio carro luxuoso, sinônimo de sucesso na vida, o coletivo se sobressai. Para fazer realizar qualquer coisa nessa vida, precisamos dos outros. Nós estamos juntos na estrada e há sempre uma forma de empurrarmos juntos quando o carro não anda...

São apenas alguns pontos que me emocionaram. Como a obra de arte é sempre múltipla, com certeza vocês acharão outros.

Um abraço,

Lia

PS: A escrita é curta porque tenho que voltar para a dissertação! Saudades de todos!